domingo, 31 de outubro de 2010

A observância da alegria constante conduz à superlativa felicidade.

A frase que dá título a este texto é um sutra - em sânscrito, um conhecimento condensado. Foi escrito por Pátañjali, o codificador do Yôga Clássico, no seu livro Yôga Sútra. Refere-se a observar e observar-se constantemente sobre o viver e encontrar nisso o que gosto de chamar de pérolas de alegria. Este hábito acumulativo conduziria a um estado supremo de felicidade, porém não apoiada em grandes acontecimentos.
A sociedade de consumo criou um padrão de felicidade que, por vezes, desmorona-se no cotidiano porque justamente levamos mais atenção a esses acontecimentos do que ao próprio dia a dia. Estamos sempre esperando um momento especial para nos sentirmos mais felizes. Sempre na expectativa pelo momento da formatura, da promoção no trabalho, do casamento, da compra da casa, do nascimento dos filhos.
A realidade, no entanto, é que a maior parte de nossa vida é feita de dias triviais e são eles que merecem a nossa atenção. No final das contas, eles proporcionam a nossa satisfação de viver. Depois da formatura há de se encontrar alegria no trabalhar. Depois do casamento há de se cultivar uma intuição de semelhança e afinidade de olhar e de desejo, há de se repousar na confiança e na amizade. Depois do nascimento de um filho, há que se proporcionar o dia a dia baseado no afeto e na atenção.

Felicidade no dia a dia

Valer-se apenas de acontecimentos pode deixar a vida vazia e consequentemente ficamos angustiados. Com esse sutra proponho uma redescoberta subjetiva de mundo, um despertar para que se tenha mais sensibilidade no viver e para que possa lançar-se naquilo que é essencial e realmente importante. Falo de autoconhecimento e já alerto que isso requer respeito pelas descobertas que fará de si. O autoconhecimento conduz a lucidez sobre si e essa legitimidade vence qualquer insegurança.
Com lucidez, o agir se dá com legitimidade, instantaneamente encontra-se um caminho de verdade pessoal e inevitável segurança e satisfação. Pessoas satisfeitas com seus "si mesmos" são melhores para si e para o mundo. Autoconhecimento é descobrir que não existe dualidade entre você e o mundo.

A lucidez torna as pessoas mais produtivas e, principalmente, mais efetivas. A lucidez, somada à observância da alegria constante, faz com que enfrentar os problemas cotidianos seja parte integrante de uma prazerosa existência. Joseph Campbell cita em seu livro "Mito e Transformação": "...pela amargura e pela dor, a experiência primordial no âmago da vida é doce, maravilhosa..."
Encontrar alegria constante é um exercício de autoconhecimento, com mira na gratidão, no amor, no reconhecimento da delicadeza e da sutileza dos gestos cotidianos. É despertar para conexões, cada vez mais sutis e enriquecedoras, contidas em pertencer, existir e ser. Encontradas na convivência e na troca, na experiência do "si mesmo" e do mundo sem dualidade.

Artigo Extraído do Site: http://bbel.uol.com.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

Ótima escolha. E pura verdade.

Unknown disse...

A Felicidade esta em cada momento vivido. aproveite o dia de hoje, pq ele nunca mais voltará. Viver o agora, o momento. Bjs