Ficha técnica:
Gênero:Ficção Científica
Duração:01 hs 52 min
Ano de lançamento:1997
Direção: Andrew Niccol
Duração:01 hs 52 min
Ano de lançamento:1997
Direção: Andrew Niccol
Gattaca foi um nome criado a partir das iniciais das substâncias que compõem o DNA, as cadeias nitrogenadas: Timina, Citosina, Guanina e Adenina.
O filme Gattaca provoca, antes de tudo, uma reflexão séria, ainda que por meio da ficção, sobre os princípios, postulados e avanços das ciências genetic-biomedical modernas. Reflexão essa, que contracena com as controvérsias nascidas da evolução biotecnológica que avançou tão rapidamente que produziu dilemas, na maioria das vezes, árduos de serem solucionados e, algumas vezes ainda, insolúveis do ponto de vista ético e moral.
Gattaca compele-nos a questionar a eugenia (bem nascido). Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mental. Em outras palavras, melhoramento genético. Nesse sentido o filme é muito eficaz quando trata das implicações éticas e psicossociais no desenvolvimento humano a partir da manipulação genética, uma vez que o melhoramento genético, sendo possível, poderá levar a humanidade a um modelo preconceituoso e discriminatório de sociedade.
A eugenia, desde sua formulação, sempre foi um tema controverso, pois a categorização do ser humano, irremediavelmente leva à discriminação, que por sua vez pode levar às atrocidades como o infanticídio de crianças verificado na China e na Índia na busca do filho homem, ou as aberrações como o Holocausto na tentativa doentia, impetrada por Hitler, de “purificação” da raça ariana. A manipulação genética é um tema difícil que requer reflexões profundas e discussões constantes na busca de soluções que não obstrua o progresso biomédico e ao mesmo tempo não impinja à sociedade prejuízos e dissabores maiores que os benefícios alcançados pelas ciências genéticas moderna.
O filme do Neozelandês Andrew Niccol mostra a luta do protagonista Vincent Freeman (Ethan Hawke) que é fruto de uma concepção natural (fruto de amor) para vencer o sistema vigente onde os nascidos dessa forma eram considerados inválidos. Os pais de Vincent não suportando a pressão de uma sociedade fundamentada na visão eugênico-determinista do positivismo genético acabam por terem outro filho, mas desta vez nos padrões de excelência genética vigentes. Anton, o filho geneticamente perfeito, perde uma disputa de natação para seu irmão Vincent que a partir daí vence as barreiras psicológicas que o impediam de superar suas possíveis imperfeições genéticas. Ele assume a identidade genética de Eugene um ex-atleta que não suportando a cobrança que aquela sociedade lhe impõe por sua condição de geneticamente perfeito, acaba por ficar paraplégico depois de uma tentativa frustrada de suicídio. Por passar-se por válido, Vincent consegue tornar-se um dos melhores pilotos da Gattaca, porém quando está próximo de realizar seu objetivo, um assassinato compromete o êxito de sua missão. Enfim o enredo da estória tem com objetivo mostrar que o ser humano “imperfeito” é perfeitamente capaz de superar todas as dificuldades da vida biossocial.
Niccol usa a personagem Vincent para provocar um questionamento na sociedade e nos simpatizantes da eugenia, mostrando que o ser humano não se limita e não se define simplesmente pelo aparato genético, mas é fruto de uma interação genetico-ambiental como afirmam Loehlin e Nichols (1976, cit in Hansenne, 2003) que efetuaram um estudo com 800 pares de gêmeos, chegaram à conclusão de que (muito resumidamente) 40% das diferenças individuais referem-se a influencias genéticas e que 60% se referem a influencias do ambiente. O homem é, a grosso modo, um construto psico-bio-social. Fonte: http://chuvaidilica.com/