domingo, 26 de maio de 2013

Raiva - Aos pais e professores


Aos pais e educadores

A raiva é um sentimento importante, embora as pessoas a vejam com maus olhos. Elas se esquecem de que nem sempre a raiva é negativa, pois conduz, muitas vezes, à indignação. Por sua vez, a indignação conduz o indivíduo à reivindicação, à luta e o estimula a perseverar e vencer aqueles ou aquelas situações que o limitam ou ameaçaram. Porém, a raiva pode também ser destrutiva. Ruim não somente para os outros (isso é óbvio), mas para a própria enraivecida, que perde frequentemente o controle, deixa de pensar com clareza e acaba "metendo os pés pelas mãos" em inúmeras situações. Ser capaz de colocar limites à raiva é um elemento fundamental para o amadurecimento. Nesse ponto, mais uma vez, os exemplos que os adultos oferecem para as crianças são fundamentais. Como um adulto pode exigir que a criança se acalme, que tenha paciência, que evite o confronto e que não perca a razão se o adulto se mostra incapaz de fazer isso? É comum que nós adultos expressamos nossa raiva de forma violenta, inclusive com as crianças e, depois, nos viremos para cobrar delas uma atitude calma e reflexiva. As crianças não são tolas. Elas não aprendem com o que lhes dizemos para fazer, mas sim com o que nós mostramos para elas através de nossas ações. Certa vez, irmãos gêmeos, cujos pais eram muitos severos e violentos, viviam batendo nos coleguinhas na escola. A professora, ao interpelar os pais, ouviu deles que dá próxima vez que as crianças batessem em alguém, elas "iam ver quando chegassem em casa". No dia seguinte, preocupada ao notar que uma das crianças batia no coleguinha, pediu ao irmãozinho que intercedesse pedindo-lhe para parar. O garotinho disse: "Fulano! Pare de bater nele! Se você não parar, eu vou dar em você!". Quatro anos de idade e... igualzinho aos pais. Isso não significa que devemos formar crianças passivas e, sim, que devemos ensinar-lhes que a raiva existe, mas que a violência e a agressividade dela decorrentes são o último recurso depois de todos os outros já terem sido esgotados.

Texto: Claudio Paixão Anastácio de Paula.

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